Levantamento da UFMG mostrou que o estado tinha mais de 9 mil deles, dos
de cerca de 23,6 mil no Brasil; segundo pesquisa, número nacional aumentou 7
vezes em 10 anos
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que em
dez anos aumentou em sete vezes o número de idosos em situação de rua no
Brasil. Segundo o levantamento, em 2023 eram 23.693 pessoas contra cerca de
3.000 em 2013. A pesquisa também apontou que o Estado de São Paulo concentra
o maior número de idosos vivendo nas ruas, ou seja, 40% do total no país.
“Eu vim para São Paulo com minha família atrás de emprego. Hoje, a gente
mora na frente da rodoviária do Tietê”, afirma Francisco Gomes, de 60 anos, que
veio da Bahia atrás de melhores condições de vida. Ele conta que, depois da
pandemia, a oferta de empregos piorou muito na cidade natal. “Pegamos tudo e
viemos para cá na esperança de melhorar e acabamos nessa situação”.
O assistente social Marcos Dompiery afirma que a melhor maneira de ajudar
as pessoas nessa situação é o aumento de políticas públicas. Por exemplo,
fortalecer o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), o CREAS (Centro
de Referência Especializado de Assistência Social) e também o incremento de
políticas de saúde, educação e moradia. “Essas pessoas sofrem de diversos males
que acabam levando umas às outras, não apenas questões financeiras”.
A pandemia de Covid 19 foi um grande fator desse aumento, de acordo com
Dompiery, o número de pessoas em situação de trabalho informal cresceu
absurdamente nesse período, o que aumentou ainda mais a desigualdade social.
Em relatório da PUCRS, no auge da pandemia, a taxa de pobreza social chegou ao
seu maior valor da série histórica, 64,6 milhões de pessoas estavam abaixo da linha
de pobreza social, número que pré-pandemia era de 55 milhões.
São Paulo concentra 40% dos idosos em situação de rua noBrasil
