Ex-jogadores refletem sobre os desafios e razões que os levaram a abandonar a carreira no futebol profissional em São Paulo.
Por Luis Fernando e Gustavo Marques – São Paulo
Iranildo Jesus, de 23 anos, era um jovem que aspirava se tornar um jogador profissional de futebol. Abandonou seu sonho após enfrentar inúmeras dificuldades no ambiente esportivo. Durante sua tentativa de carreira, o garoto relata que a sua passagem pelo clube estava sendo excluído das atividades principais do time, sendo relacionado apenas nos treinos de observação, sem participação efetiva nos jogos.
Confrontado pela realidade de uma baixa remuneração que assombra diversos jogadores e a sensação de não ser acolhido pelo esporte que ele amava, o garoto se viu em momentos críticos que serviram de reflexão. Isto culminou em sua decisão de se aposentar precocemente do futebol, foram escolhas dolorosas, mas necessárias para seu bem-estar pessoal.
Após sua saída do mundo do futebol, ele retornou ao mercado de trabalho. Desta vez ele se firmou em uma grande adega em seu bairro. Essa mudança de trajetória destaca a dura realidade enfrentada por muitos jovens que, apesar de seu talento e dedicação, encontram muitos obstáculos no caminho para realizar seus sonhos profissionais.
Daniel Jesus, um jovem de Itaquaquecetuba, revelou sua trajetória marcada por altos e baixos na busca pelo sonho de se tornar jogador de futebol profissional. Desde os 7 anos, incentivado por seu pai e sua família, Daniel foi motivado a perseguir sua paixão pelo esporte, frequentando escolinhas de futebol e participando de testes. Aos 13 anos, quando seus colegas começavam a entrar no mercado de trabalho, ele decidiu que o seu futuro estaria no esporte e estava convencido de que se tornaria jogador profissional.
As dificuldades aumentaram quando Daniel atuou por um clube de terceira divisão no Rio Grande do Sul. Apesar de todos os esforços e do apoio familiar, a carreira que ele almejava foi interrompida. Seu sonho foi comprometido após ser vítima de fraude por parte dos investidores, que desviaram fundos destinados à sua carreira e o deixaram em uma situação de completamente complicada, inclusive enfrentando a fome, após dias sem alimentação adequada. Essas situações difíceis de se lidar levaram ele a reconsiderar as suas decisões, resultando em seu retorno à Itaquaquecetuba em busca de recolocação ao mercado de trabalho.
Hoje, Daniel não se enxerga mais dentro das quatro linhas, mas mantém o amor pelo esporte vivo em seu coração. Ele planeja cursar educação física, visando permanecer próximo ao ambiente futebolístico e inspirar outros jovens. Apesar dos desafios enfrentados e das adversidades, ele continua sendo uma fonte de inspiração para outros jovens, pelo seu foco e dedicação, tanto no esporte quanto na vida pessoal.
Inspiração para outras gerações
O ex-treinador dos jovens e responsável pelo clube E.F. União, clube formador de atletas, compartilhou o seu carinho sobre a trajetória dos jogadores que ele orientou desde a infância. Segundo ele, ambos sempre demonstraram um foco impecável, embora precisassem de orientação para aprimorar seus pontos fracos.
Iranildo, por sua vez, era uma inspiração para os colegas mais jovens e para o próprio treinador. Na visão dele, o garoto sempre teve uma paixão pelo jogo impensável e vista poucas vezes pelo mesmo. O comprometimento de Iranildo elevou seu próprio desempenho e inspirou todos desde sempre.
Daniel, descrito por “Xindo” como um garoto de baixa estatura, mas persistente, superou várias dificuldades ao longo dos anos sob sua tutela. “Ele demonstrava firmeza durante os treinos, focando sempre nos detalhes e sempre aberto a conselhos”, disse o ex-treinador, destacando a maturidade que o jogador desenvolveu com o tempo.
Atualmente, tanto Iranildo quanto Daniel estão entre os jogadores mais respeitados na história do clube União. O orgulho que o ex-treinador sente de seus ex-atletas é evidente. “Eles são prova viva de que, com trabalho duro, dedicação e atitude, é possível alcançar grandes objetivos e ter sucesso”, concluiu o treinador.
“– Nós como mães muitas vezes não temos a noção do foco que esses meninos têm no dia a dia, em várias ocasiões eu senti a saudade e o aperto no peito, o meu coração estava muito aflito com ele morando tão longe.” — Declara dona Renilza, mãe do jogador
Parabéns pessoal!
Muito bom! 🙏