Frequentadores lamentam fechamento da Livraria Cultura na Avenida Paulista, em São Paulo.

Eles também apontam que a diminuição do fluxo de pessoas já está afetando os negócios.

Pessoas que conviviam no entorno da extinta Livraria Cultura, que encerrou as atividades na Avenida Paulista no dia 1º de abril deste ano, lamentam e já demonstram saudades do local que ficou conhecido como o principal ponto de comércio de livros da cidade e que funcionava como uma espécie de centro cultural.

“Tenho um sentimento de perda cultural irreparável, descrevendo a livraria como o coração pulsante de São Paulo. E lamento que as futuras gerações não terão a oportunidade de desfrutar da experiência única que o estabelecimento proporcionava”, lamentou Lucas Medina, frequentador assíduo da Livraria Cultura que ficava no Conjunto Nacional.

Assim como Ingrid Camargo da Silva, uma das gerentes da Casa Antônia, restaurante adjacente à livraria, que compara a situação ao naufrágio do Titanic, expressando a melancolia que paira no ambiente.

Medina conta que recorda as tardes de autógrafos com escritores, realizadas na livraria, descrevendo esses eventos como momentos únicos de conexão com outros amantes da literatura. “Onde fiz amizades significativas durante minha pré-adolescência”, ressaltou.

“Energia ruim”

Ingrid descreve a sensação de “energia ruim” que permeia o ambiente vazio da Livraria Cultura, onde os funcionários do restaurante, onde trabalha, precisam passar diariamente. Antes, um local de descanso e interação cultural, agora, testemunha do declínio da icônica livraria.

Segundo ela, a presença diminuiu drasticamente durante os dias úteis, com uma pequena movimentação nos finais de semana. Mesmo assim, alguns clientes ainda se mantêm fiéis, mas o vazio resultante do fechamento afetou significativamente o fluxo de visitantes.

Ingrid também relata o processo de desmontagem da livraria, mencionando a quantidade de itens ainda disponíveis para venda e a movimentação constante de pessoas que chegam para retirar caixas e organizar o espaço. O fechamento da Livraria Cultura não apenas afeta os negócios diretamente ligados a ela, mas também cria um impacto emocional entre os frequentadores habituais do Conjunto Nacional, que agora testemunham o declínio de um ponto de encontro cultural e literário tão estimado na região.

Entenda o caso

A emblemática Livraria Cultura, com seus 70 anos de história cultural e literária, fecha suas portas de forma definitiva na Avenida Paulista, em São Paulo. O encerramento das atividades ocorreu no primeiro dia de abril de 2024, marcando o fim de uma era para os amantes de livros e cultura na região. A decisão de fechamento se deve, em grande parte, à dívida acumulada com o aluguel, estimada em R$ 15 milhões. Essa situação financeira delicada levou a Livraria Cultura a entrar com um plano de recuperação judicial, o qual foi aprovado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em maio de 2021. Contudo, mesmo com esse respaldo legal, a empresa enfrentou obstáculos, como a negação de um pedido para suspender uma ordem de despejo, proferida pelo ministro Raul Araújo em 22 de fevereiro deste ano, referente à unidade na Avenida Paulista.

Fonte: Karla Karine e Allan Alec.

A trajetória da Livraria Cultura começou em 1947, quando foi fundada por Eva Herz. O estabelecimento iniciou suas atividades modestamente, na residência da própria família Herz. Desde então, tornou-se um ícone cultural na cidade de São Paulo, conhecido não apenas pela vasta seleção de livros, mas também por sua programação cultural diversificada e por ser ponto de encontro de intelectuais, escritores e leitores ávidos por conhecimento e arte.

Fonte: Allan Alec e Karla Karine.

O fechamento da Livraria representa não apenas o fim de uma era para os frequentadores assíduos e admiradores da cultura literária, mas também levanta questões sobre o futuro do comércio de livros físicos em meio ao cenário digital em constante evolução. A despedida da icônica livraria deixa um vazio cultural significativo na região e desperta reflexões sobre o papel das livrarias tradicionais no panorama atual da indústria editorial. O Conjunto Nacional, há muito tempo, é um ponto de referência cultural e social em São Paulo, o vazio deixado pelo encerramento da livraria afeta não apenas o comércio, mas também o espírito do local.

Karla e Ingrid

Fonte: Allan Alec.

Créditos.

Jornalista Karla Karine Fernandes.
Jornalista: Karla Karina Fernandes.
Jornalista Allan Alec A. Zarate.

Jornalista: Allan Alec A. Zarate.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *