Opinião: As dúvidas deixadas pelas operações policiais na Baixada Santista


Após 10 meses, as operações coordenadas pela Secretaria de Segurança de São Paulo se encerram, com aproximadamente 50 mortes e centenas de feridos

Por Luis Fernando e Gustavo Marques – São Paulo

As operações Escudo e Verão, coordenadas pela gestão do Governador Tarcísio de Freitas em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, chegaram ao fim após meses de intensa atividade policial. Essas operações, em teoria, tem como objetivo o combate ao crime organizado e a redução da violência em áreas críticas do estado, contudo, elas registraram aproximadamente 50 mortes e deixaram centenas de feridos.

Iniciadas em resposta aos assassinatos dos soldados Patrick Bastos Reis e Samuel Wesley Cosmo, mortos em serviço na Baixada Santista, começaram-se as operações que ficaram marcadas pela forte presença policial e ações táticas em locais considerados de alto risco. Durante esse período, diversas incursões, batidas policiais e confrontos foram registrados, levando a um número alto de mortes, incluindo suspeitos e civis.

A Operação Escudo, lançada em julho de 2023, focou suas ações na Baixada Santista, região que havia testemunhado um aumento alarmante nos índices de homicídios e crimes violentos. Já a Operação Verão, iniciada em março, estendeu-se a outras áreas críticas do estado, intensificando a presença policial em regiões metropolitanas e zonas litorâneas durante a alta temporada, alguns moradores no entanto relatam medo e insegurança diante de algumas situações.

O encerramento das operações foi anunciado pelo secretário de Segurança Pública, Paulo Maurício, que destacou os resultados alcançados, como a apreensão de armas, drogas e a prisão de vários líderes de facções criminosas. No entanto, a condução das operações gerou controvérsias e críticas por parte de organizações de direitos humanos e familiares das vítimas, que denunciaram excessos e abusos por parte das forças de segurança.

“O que me parece, portanto, é que se instaurou no estado de São Paulo uma espécie de licença para que os policiais possam agir da maneira que quiserem, sem nenhum tipo de controle. Enxergo que, uma polícia que não tem controle não é polícia. Porque os controles da polícia são os controles da legalidade. Uma polícia que perde o controle deixa de ser polícia e vira uma milícia”, ressaltou o ministro, Silvio Almeida em conversa com o veículo Agência Brasil.

O governador Tarcísio de Freitas defendeu as operações, argumentando que eram necessárias para restabelecer a ordem e garantir a segurança da população. “Nossa prioridade é proteger os cidadãos de bem e combater o crime organizado com firmeza”, declarou o governador em coletiva de imprensa do Governo do Estado de São Paulo.

Com o fim das operações Escudo e Verão, a Secretaria de Segurança Pública anunciou que continuará monitorando as áreas críticas e irá implementar novas estratégias de segurança para garantir a manutenção da ordem e a redução da violência no estado de São Paulo.

Nota da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo

Em nota divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) para o jornal O Globo, o chefe da pasta, Guilherme Derrite, considerou que a operação cumpriu os seus objetivos, ele disse que o combate à criminalidade na região “será constante”, segundo o governo do Estado de São Paulo, o efetivo de policiais militares nas cidades da Baixada Santista deverá ser ampliado e a SSP chegou a transferir temporariamente seu gabinete para a cidade de Santos. 

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